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“E uma coisa que me dói muito, esses seus silêncios.
Sei — claro — que você deve ter problemas bastante sérios, mas uma carta de vez
em quando não custa nada e, às vezes — quem sabe? — talvez até a gente pudesse
ajudar. Penso, com mágoa, que o relacionamento da gente sempre foi um tanto
unilateral, sei lá, não quero ser injusto nem nada — apenas me ferem muito
esses teus silêncios. A sensação que tenho é que cada vez que tomo a iniciativa
de escrever, é sempre meio tolhido, sem naturalidade, com medo de incomodar, de
ser indesejável. Não é uma coisa agradável. Seja como for, continuo gostando
muito de você — da mesma forma —, você está quase sempre perto de mim[...]"